Médico reforça os cuidados durante os festejos juninos, quando a fumaça de fogueiras representa um risco adicional para pessoas com histórico de doenças respiratórias
Com a chegada dos festejos juninos, não só cresce o número de arraiais e fogueiras, mas também pode crescer os atendimentos médicos por complicações respiratórias. As comemorações de São João, marcadas pela tradição das fogueiras e fogos, representam um risco adicional para pessoas com doenças como asma, rinite, sinusite e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). O alerta ganha ainda mais relevância com o Dia Mundial da Asma, lembrado em 21 de junho.
De acordo com o médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) Professor Fernando Figueira, Kaio Sales, o aumento das ocorrências no período está diretamente relacionado à exposição à fumaça e às características do clima de inverno, que favorecem a permanência das pessoas em ambientes fechados e, consequentemente, a circulação de vírus.
“Pacientes com doenças de base, como asma e DPOC, sofrem com quadros de agravamento, tanto pela inalação de fumaça das fogueiras quanto por infecções respiratórias virais, comuns nesta época. Além disso, quadros como rinite e sinusite também se tornam mais persistentes e intensos”, explica o médico.
O impacto pode ser significativo, levando a crises que exigem atendimento de emergência e, em alguns casos, até internacionais. Segundo o médico, o problema não se limita apenas aos pacientes já diagnosticados com doenças respiratórias. “Até mesmo quem não tem diagnóstico prévio pode apresentar irritações nas vias aéreas, desconforto e desconforto após exposição intensa à fumaça”, alerta.
Entre as principais orientações estão evitar a exposição direta à fumaça, especialmente crianças, pessoas idosas e pessoas com histórico de doenças respiratórias. “Se não for possível evitar, o uso de máscaras é uma estratégia muito eficaz”, reforça Kaio Sales.
Além disso, manter o tratamento medicamentoso no dia é fundamental. “Pacientes asmáticos e com DPOC devem usar corretamente seus medicamentos de controle, ter sempre à mão os dispositivos de ruptura rápido e priorizar ambientes bem ventilados”, recomenda.
O médico também destaca a importância de procurar atendimento médico ao perceber sinais como falta de ar, toque intenso, chiado no peito ou desconforto. “O São João pode e deve ser celebrado, mas é possível fazer isso com responsabilidade e cuidado com a saúde”, finaliza.